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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Simbolismo

O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.


No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920. 

Tendo como principais características:


- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
- Caráter individualista
- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão
- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).





Podemos notar a presença das características simbolistas no jogo de Cartas de Tarô, no qual descarta a razão, baseando na intuição e também tendo passagens de algo que consideramos místico.


Poema Simbolista 

Chorai Arcadas

´´Chorai, arcadas
Do violoncelo,
Convulsionadas.
Pontes aladas
De pesadelo...

De que esvoaçam,
Brancos, os arcos.
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio os barcos.

Fundas, soluçam
Caudais de choro.
Que ruínas, ouçam...
Se se debruçam,
Que sorvedouro``


Camilo Pessanha


Principais artistas simbolistas brasileiros :
- Cruz e Souza
- Alphonsus de Guimaraens
- Camilo Pessanha


Principais artistas simbolistas internacionais :
- Charles Baudelaire – autor da obra As flores do mal (1857) que é considerada um marco no simbolismo lliterário.
- Arthur Rimbaud
- Stéphane Mallarmé
- Paul Verlaine


      Os simbolistas buscam revelar o outro lado da mera aparência do real 
e enfatizam a pureza e a espiritualidade 
dos personagens.


 Por Vinicius do Nascimento






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Modernismo


O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era: 

O rompimento com o tradicionalismo;

A libertação estética;

A experimentação constante; 

A independência cultural do país.

Apesar da força do movimento literário modernista a base deste movimento se encontra nas artes plásticas, com destaque para a pintura.


No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência. No entanto, devemos lembrar que o modernismo já se mostrava presente muito antes do movimento de 1922.
As primeiras mudanças na cultura brasileira que tenderam para o modernismo datam de 1913 com as obras do pintor Lasar Segall. No ano de 1917, a pintora Anita Malfatti , recém-chegada da Europa, provoca uma renovação artística com a exposição de seus quadros.
A este período chamamos de Pré-Modernismo (1902-1922), no qual se destacam literariamente:

Lima Barreto;
Euclides da Cunha;
Monteiro Lobato; 
Augusto dos Anjos.

Nesse período ainda podemos notar certa influência de movimentos anteriores como Realismo/Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo.

Após esse período de transição que o pré-modernismo representou foi formado o modernismo.



Realismo

Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais.
Um estudo conhecido atualmente e que pode-se caraterizar pelo objetivo realista é a Sociologia que estuda o comportamento do homem em meio da sociedade, analisando os fatos e temas socias que interferem na vida e decisões do ser humano.

Uma realidade oposta ao que a sociedade tinha vivido até aquele momento surgia com o progresso tecnológico: o avanço da energia elétrica, as novas máquinas que facilitavam a vida, como o carro, por exemplo. As correntes filosóficas se destacam: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo e o Marxismo.

Características do Realismo:

Objetividade: é a característica essencial do Realismo; a obra realista é estruturada em 3a. pessoa, predominando, portanto, a linguagem REFERENCIAL. O narrador descreve e narra com objetividade, exatamente o que existe na realidade: ele é um mero observador, é um NARRADOR IMPESSOAL.

Verdade social: o realista procura a verdade social, por isso escolhe o assunto, os fatos, as personagens, os lugares, dentro do seu meio e da sua época, enfim, na realidade em que vive. Essa realidade é passada diretamente para a obra. O realista pretende mostrar a verdade sobre o clero ( tocando em questões como vocação e celibato clerical), a burguesia (como exploradora dos dominados, incluindo o negro escravo), a nobreza, o próprio imperador, etc,  o que faz com que a obra literária resulte numa crítica severa a essas classes sociais.

Particularismo: o realista é particularista, ou seja, retrata indivíduos e nunca tipos genéricos. Por exemplo: para abordar o problema da prostituição,  ao invés de generalizar, o autor escolhe uma personagem prostituta para servir de exemplo e através dela abordar tal problema.

Descrição minuciosa: o realista pretende passar para o leitor o perfil exato, a fotografia (em palavras) dos referentes, através de uma descrição minuciosa, nada deixando para o leitor imaginar. A linguagem usada nessa descrição é plena de elementos sensoriais (visuais, olfativos, gustativos, táteis, auditivos), para que o leitor sinta os cheiros, os gostos, etc, dos referentes. Por causa do excesso de descrições, a obra realista tem pouca narração, que ainda é lenta.

Determinismo: o realista endossa em sua obra o pensamento determinista de Taine, ou seja, para ele, o homem é produto do meio, do momento e da raça a que pertence.

 





Parnasianismo

O Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura européia, chegando ao Brasil. Essencialmente poético enquanto estilo literário, o Parnasianismo tinha por princípio básico a arte pela arte, o esteticismo voltado inteiramente para o belo e descompromissado com os problemas do mundo. Buscava o renascimento dos ideais clássicos da cultura greco-romana. Era uma arte voltada para a elite, alheia ao cotidiano e ao ideal médio do homem comum.

Características 


Objetividade no tratamento dos temas abordados;


Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;


Valorização da estética e busca da perfeição;

            Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;  


Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;


Preferência pelos sonetos;


Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado m cada verso;

Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.





Podemos obsevar em filme atuais a característica parnasiana ao que se refere
aos temas da mitologia grega.
Um desses filmes é Fúria de Titãs. Na sinopse do filme vemos nomes de importantes deuses da mitologia.

Perseus (Sam Worthington) é o único que pode salvar sua família de Hades (Ralph Fiennes), um vingativo deus da terra dos mortos. Sem nada a perder, ele lidera uma missão para derrotar o vilão, antes que ele alcance os poderes de Zeus (Liam Neeson), rei de todos os deuses. Inicia-se, então, uma jornada por mundos desconhecidos.


 

Alguns trechos de poemas de sucesso na época foram:


"Esta de áureos relevos, trabalhada
 De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
 Vinda do Olimpo, a um novo deus servia"      

 Alberto de Oliveira, Vaso Grego



"São fidalgos que voltam da calçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as tropas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada " 

Raimundo Correia, A cavalgada


Comos podemos analisar, nos dois trechos dos poemas acima estão visíveis algumas características do parnasianismo, que seria no primeiro poema a arte pela arte e no segundo o descritivismo, presente nesta escola literária.


Alguns principais escritores e artistas do período parnasiano foram:

 Olavo Bilac;
 Raimundo Correia;
 Cícero Dias;
 Francisca Júlia; 
 Alberto de Oliveira, entre outros.


                                                  Por Gabriela Faustino

Naturalismo

O Naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade.

Os romances naturalistas se destacam pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. 

 Exploravam temas como a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados por seus instintos e desejos, pois viviam no comportamento do ser humano traços de sua natureza animal.

Algumas outras características naturalistas são:

 A realidade é mostrada através de uma forma científica;

 Nas artes plásticas, por exemplo, os pintores enfatizam cenas do mundo real em suas  
 obras;

Na literatura, ocorre muito o uso de descrições de ambientes e de pessoas;

Ainda na literatura a linguagem é coloquial;

Os principais temas abordados nas obras literárias naturalistas são: desejos humanos, instintos, loucura, violência, traição, miséria, exploração social, etc.




TEMPOS ATUAIS X NATURALISMO


No link do vídeo a cima, podemos vê uma cena da novela Mulheres Apaixonada, que surpreendeu a todos estelepectadores e repercutiu vários comentários. As cenas do vídeo mostram um fato atual que acontece no nosso meio social, a violência.

A partir disso podemos ligar as cenas ás características naturalistas como, o homem é produto do meio, onde atualmente o homem é conrrompido devido ao fato de que
não existem opurtunidades para todos dentro da sociedade, o que faz alguns buscarem outra forma de manter-se, roubando entre outras atitudes.
Também podemos, atravês das cenas, observar a descrição do ambiente e das pessoas que estão envolvidas no local.

Artistas como Aluísio Azevedo, Horácio de Carvalho,Júlio Ribeiro entre outros.




                                                                            Por: Gabriela Faustino

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Romantismo

Link do you tube com explicações sobre o Romantismo.


Romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
Essa escola literária ampliou seus ideais em vários ramos como na literatura, música, poesia, artes plásticas e teatro.
O período romantista se dividiu em três definidas gerações.

A Primeira Geração, Indianista ou Nacionalista: Escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. 

Principais escritores deste período:
Gonçalves de Magalhães;
Gonçalves Dias;
Araújo Porto Alegre;
Teixeira e Souza.

Abaixo trecho da música de Baby do Brasil, onde mostra o índio como ser puro, honesto cuidadoso e amante de suas terras, símbolo de exemplo nacional.


"Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar

Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora

Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria"


                                             Todo dia era dia de índio, Baby do Brasil.

Segunda Geração, " Mal do século": Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade.

Principais escritores deste período:

Álvares de Azevedo;
Casimiro de Abreu;
Junqueira Freire.

Aqui podemos analisar um trecho de uma música atual na qual destacamos frases que indiciam características da 2° fase do romantismo.

" Busquei, tentei, nada de te encontrar - pessoa amada longe, distante 
Não te ouvi mais, sonhei, chorei, tudo me faz lembrar de um tempo atrás - sentimentos platônicos, pessimismo diante da situação, entrega ao desespero
Será que é tão difícil assim não lembrar de você - Mais uma vez pessoa amada distante, só em pensamentos.
Começou no início mas terminou sem final, será que é tão difícil assim pra mim?"  confusão e tristeza

Podia Ser, Agnela.


Terceira e última geração, Condoreira:
Fase no qual os escritores debatiam a "desordem" social, realizando várias críticas, no qual a principal seria sobre escravidão latente na época.
Para fechar nosso assunto segue algumas poesias que circularam na época romantista:
Contudo , a poesia lírico-amorosa também encontra ressonância no Condoreirismo . O mesmo entusiasmo , a mesma eloqüência são utilizadas para a expressão do sentimento amoroso .
É evidente o contraste entre essa geração, mais ousada e expansiva no tratamento do tema do amor , e a geração anterior , marcada pelo intimismo.
Tanto na vertente social , quanto no terreno da lírica amorosa , o grande destaque brasileiro é Castro Alves. Porém, destacam-se outros escritores como:

Sousândrade;
Tobias Barreto;
Pedro Calasãs.


Na imagem abaixo podemos observar cenas entre o ator Murílio Rosa e a atriz Cléo Pires na atual novela Araguaia, onde o personagem de Murilo, Solano pára de afastar Stela (Cléo) entregando-se ao desejo, ao amor.
Assim a cena compararasse a característica do condoreirismo onde a mulher se encontra presente, perto. Deixando para trás os ideais da geração anterior onde a mulher era apenas uma ilusão, um sonho.






Para fechar nosso assunto, segue alguns poemas da época romantista:
Meu coração deleita-se... Contudo,
Parece-me que vou perdendo o gosto,
Vou ficando blasé, passeio os dias
Pelo meu corredor, sem companheiro,
Sem ler, nem portar. Vivo fumando.
Minha casa não tem menores névoas
Que as deste céu de inverno... Solitário
Passo as noites aqui e os dias longos;

(Idéias Íntimas, de Alvares de Azevedo)




Existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia...
(...)
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança
Tu, que dá liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha!...

(O navio negreiro, de Castro Alves)


Por Gabriela Faustino

O Barroco



Poema de Gregório Matos, grande poeta do estilo Barroco, onde menciona a tentação que a mulher amada provoca apesar da "pureza" que ela também tende a representar.


 


Podemos observar a relação das características barrocas já mencionadas á cima, retradada na Imagem ao lado.


O exagero e desapego pelo que se entende por ideal, é a forma expressiva que Lady Gaga costuma demonstrar seus pensamentos.  Nisso pode-se perceber o contraste proposto pelo estilo Barroco. 


O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas.
Iniciado pelo maneirismo e extinto no rococó, considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento.

Em sua estética, o barroco proponhe:

A busca da novidade e da surpresa;

O gosto pela dificuldade, pregando a idéia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; 

A tendência ao artifício e ao engenho; 

A noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística.

A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de figuras de linguagem, de hipérboles, metáforicos, anacolutos e antíteses.

Abaixo, poema exemplificando características barrocas.

À mesma D. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Por Gabriela Faustino